De metalúrgica a cinema: veja quais são as empresas que mais devem imposto de serviço à Prefeitura de Piracicaba

  • 29/10/2025
(Foto: Reprodução)
Dedini Fundição fica na Rodovia Fausto Santomauro (SP-127), em Piracicaba Edijan Del Santo/EPTV A lista dos dez maiores devedores de Imposto Sobre Serviço (ISS), obtida pelo g1 por meio de Lei de Acesso à Informação (LAI), inclui indústrias metalúrgicas, serviços de telecomunicações, construtoras e empresa de coleta de resíduos - veja tabela abaixo. ISS: uma das fontes de receita para as prefeituras. O imposto é recolhido de empresas e pequenos prestadores de serviços e usado para financiar despesas e investimentos locais, como em educação, saúde, segurança pública e outros serviços essenciais à população. O não pagamento do ISS é responsável por 51,20% da dívida ativa atual de Piracicaba, na casa de R$ 1,6 bilhão, informou a Prefeitura de Piracicaba em resposta a um requerimento da Câmara dos Vereadores em 30 de julho deste ano. 📲 Siga o g1 Piracicaba no Instagram O valor da dívida ativa total, que inclui o não pagamento de IPTU, taxas e multas por pessoas e empresas, está em R$ 3,2 bilhões. A dívida equivale, praticamente, ao orçamento do município para 2025, que foi fechado em R$ 3,3 bilhões. Confira, abaixo, as dez empresas que mais devem ISS à Piracicaba. Os dados são de outubro de 2025: Quatro dos dez maiores devedores estão com CNPJ em situação baixada, ou seja, finalizaram as atividades por conta própria ou falência. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O que diz a prefeitura Imagem aérea do prédio do Paço Municipal de Piracicaba Prefeitura de Piracicaba A Procuradoria de Execuções Fiscais, na Divisão de Dívida Ativa, informou que as dívidas mencionadas estão em processos que envolvem cobrança administrativa, execução fiscal e suspensão por decisão judicial. A pasta não informou exatamente sobre a situação individual das dívidas aqui publicadas. Empresa e prefeitura divergem sobre dívida Em nota ao g1, o Cine Araújo negou a existência da dívida relatada pela prefeitura. Já o governo municipal reiterou que o débito existe. A seguir, veja as notas de ambos, na íntegra: Cine Araújo: “A MSA esclarece que os débitos que possuía junto à Prefeitura foram objeto de parcelamento, sendo certo que todas as parcelas vencidas foram integralmente adimplidas, seja por meio de pagamentos diretos ao Município, seja mediante depósitos judiciais. Por conseguinte, a empresa nega peremptoriamente a existência da dívida informada pela Prefeitura de Piracicaba, salientando que as suas obrigações jurídico-tributárias para com o Município se encontram em dia. A MSA reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e o integral cumprimento de suas obrigações, mantendo constante cooperação e diálogo institucional com os órgãos públicos competentes”. Prefeitura: "A Prefeitura Municipal de Piracicaba, por meio da Procuradoria de Execuções Fiscais, manifesta-se em nota técnica nos termos seguintes: A empresa MSA Cinematográfica Araújo S/A realizou o parcelamento dos débitos que possuía em aberto por meio de Programa de Parcelamento Incentivado - REFIS, nos meses de julho e agosto de 2015, em 96 parcelas. Caso tivesse transcorrido normalmente, os parcelamentos teriam se encerrado em agosto de 2023. No entanto, em 2021 a empresa deixou de pagar algumas parcelas, e, logo em seguida, ingressou com ação judicial nº 1001272-51.2022.8.26.0451, pleiteando uma revisão nas taxas de juros e correção, obtendo liminar suspensiva. Desde então, outras prestações do parcelamento deixaram de ser pagas, totalizando 20 parcelas em aberto. Existem depósitos judiciais que poderiam ser utilizados para quitação parcial destes valores, mas, em reunião realizada com os representantes judiciais da empresa, ocorrida no primeiro semestre de 2025, não foram aceitos os termos propostos para tanto. Desta feita, os débitos permanecem em aberto, porém suspensos, conforme informado inicialmente à reportagem, aguardando-se o julgamento final da ação mencionada, a qual atualmente está sobrestada pelo STF para aplicação ou não do tema repetitivo nº 1217. Derradeiramente, esclarecemos que o valor enviado à reportagem representa o total dos débitos cujo parcelamento encontra-se suspenso". O g1 também pediu posicionamento da Dedini, a Tel Telecomunicações, Piracicaba Ambiental, Naval Equipamentos e BSB Piracicaba, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. A reportagem não conseguiu contato com os responsáveis pela Construtora Guimarães Castro, Construtora Piracicaba e Empremil Montagens Industriais, que estão com CNPJ baixados. Motivos O economista José Augusto Ruas, da Faculdade de Campinas (Facamp) e do Instituto de Pesquisas e Estudos Econômicos e Sociais, explicou que inadimplência tributária pode ser resultado de uma empresa que está mal financeiramente ou de empresa que usa estratégias deliberadas de postergação ou evasão fiscal, ou seja, que não pagam impostos para liquidarem no futuro com programas de descontos. “No caso da empresa com dificuldades financeiras, ela começa a ter que escolher o que vai pagar primeiro [...] ela escolhe aquelas [despesas] que, em geral, garantem que ela continue funcionando no curto prazo, como pagar fornecedor ou funcionários, por exemplo, é fundamental para que ela consiga continuar produzindo. Já os impostos em geral podem tentar pagar depois, então essa é uma estratégia que não é incomum em empresas com dificuldade financeira”, afirma o economista. No caso da segunda opção, o especialista afirmou que apenas um acompanhamento técnico e fiscal detalhado ao longo do tempo analisando lucros, patrimônios e comportamento contábil seria capaz de dizer se uma empresa utiliza estratégias de postergação ou evasão fiscal. Alternativas para os municípios recuperarem créditos O economista citou como alternativa a possibilidade de vender a dívida ativa para empresas especializadas em recuperação de crédito. A prática é conhecida como Securitização da Dívida Ativa. Assim, segundo Ruas, a administração pública receberia um valor menor e imediato, enquanto a empresa compradora lucra se conseguir reaver os valores devidos. “Essa é uma das possibilidades. A outra é ter uma estratégia ativa de negociar com as empresas do seu município. Então, se a empresa já entra numa situação difícil, já tenta, de alguma maneira, negociar ou cobrar de maneira acelerada ", informa. O especialista explicou que essa é uma das formas de aumentar a eficiência da arrecadação, pois quando a empresa entra em recuperação judicial ou falência, a prefeitura enfrenta grande dificuldade de receber os valores devidos. Em processos assim, trabalhadores e outros credores têm prioridade legal e o Estado costuma estar no fim da fila. VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e Região Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba

FONTE: https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2025/10/29/de-metalurgica-a-cinema-veja-quais-sao-as-empresas-que-mais-devem-imposto-de-servico-a-prefeitura-de-piracicaba.ghtml


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